n. 12 (2018): O EMPODERAMENTO DAS MULHERES NEGRAS DO BRASIL

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A abordagem afrocêntrica é o olhar analítico a partir da África, dos  africanos e dos negros da diáspora, buscando o protagonismo. Um exemplo  que pode ser dado é a narrativa convencional que se tem sobre a revolução  haitiana, relacionada à selvageria e ao despotismo. Reforçando assim, o  posicionamento racista de que o negro não seria capaz de se autogovernar de maneira satisfatória. O afrocentrismo irá buscar a história contada pelos próprios haitianos, procurando demonstrar como as coisas realmente se deram. E isto é possível, pois, mesmo nas piores condições provocadas pela escravidão, são muitos os textos escritos por negros neste período, em todas as Américas. Autores desconhecidos para a maioria da população, inclusive pela elite intelectualizada, porque foram silenciados, escondidos ou embranquecidos.Muitos dos intelectuais negros da diáspora surgidos nas Américas foram autodidatas e tiveram um grande papel de liderança na constituição de movimentos negros. Esses autores negros no início do século XX viram-se obrigados a enfrentar o liberalismo e o marxismo, ambos opondo-se a questão racial como importante chave para explicar a sociedade. Por isso, muitos deles perceberam que era necessário criar modelos de pensamentos próprios, que pudessem dar conta das especificidades da realidade negra do mundo. Ainda que a maioria se aproximasse mais do marxismo do que do liberalismo, Carlos Moorejá denunciava que a Revolução Cubana, apoiada por ele, reproduziu o racismo, não sendo, por isto, de todo, satisfatório.

Professora Luciana Paula da Silva de Oliveir

Publicado: 20/08.2023

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