UMA VIAGEM PELA MEMÓRIA, EM QUASE MEMÓRIA: QUASE ROMANCE, DE CARLOS HEITOR CONY
Palavras-chave:
Narrativa; Erlebnis: Memoria; Experiência.Resumo
Este artigo procura compreender as principais descrições memorialistas que remetem ao passado, bem como observar como se configura o conceito de reminiscências presentes na obra Quase Memória: Quase romance, de Carlos Heitor Cony que descortinam acontecimentos, reminiscências dos anos 1940 e 1950 de um Rio de Janeiro nostálgico e supostamente real até o final dos anos 1990 do século XX. O corpus consiste em uma análise da obra pela remissão das questões relativas à construção de um enredo em que vai intercalando as memórias familiares e as crônicas públicas entre realidade e ficção. Uma narrativa delineada pelas lembranças, ora divertidas e ora nostálgicas, do narrador-personagem com o propósito de estabelecer a relação do romancista com o tempo, com as memórias, que se constroem e se fragmentam, e principalmente com a palavra escrita. O foco principal da narrativa em pauta é analisar os conceitos da experiência vivida e de memória involuntária presentes na narrativa Cony, um estudo específico das reminiscências do passado sob a luz do presente. Em um primeiro momento, pretendo analisar as duas formas de memória quais sejam: a de vivência individual (Erlebnis) e de experiência coletiva (Erfahrung) a partir das contribuições de autores como Benjamin (1985), Bergson (1999), Gagnebin (1982), e Freud (1976). Em um segundo momento, a pesquisa busca realizar uma análise da experiência vivida e memória involuntária com destaque para a experiência dos choques.