RELAÇÕES ENTRE DESEJO E FANTASIA NA PSICANÁLISE: ARTICULAÇÕES NECESSÁRAS EM FREUD E LACAN
Resumo
Este trabalho tem como objetivo evidenciar a tese que desejo e fantasia, tomados a partir da visão da psicanálise, possuem relações indissociáveis, estando ligados por um elo impossível de romper. Para alcançar o objetivo proposto, foram realizadas leituras críticas de textos de Freud e Lacan, publicados em língua portuguesa, pertinentes ao tema estudado; extraindo,
analisando e relacionando as informações que melhor corroboram a tese defendida. Os temas abordados são: articulações entre desejo, fantasia e sexualidade; o desejo como elemento fundamental da estruturação psíquica do sujeito; a fantasia do desejo como origem e sentido do sintoma nos casos clínicos de Freud; e a fantasia como suporte necessário do desejo. Desejo e fantasia, compreendidos a partir das teorias psicanalíticas de Freud e Lacan, estão imbricados em uma relação indissociável, sempre mantidos em uma articulação bilateral e bidirecional. A fantasia é o suporte necessário do desejo, sem a qual ele não constitui a sua forma. O desejo, por sua vez, está no princípio da fantasia, ele a desperta e faz com que ela retroaja criando a
configuração imaginária do desejo. O desejo se expressa fenomenicamente no plano da fantasia, na ordem do imaginário. Ainda que simbolizado pela linguagem, os significantes articulados no discurso que se cria sobre o desejo não alcançam a experiência primária que o sujeito vivencia na fantasia. Não obstante, o discurso produzido sobre a fantasia do desejo é um dos recursos mais potentes da práxis psicanalítica.
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