A REFUTAÇÃO DA SOFÍSTICA E A FINALIDADE ÉTICO-POLÍTICA DA RETÓRICA DE ARISTÓTELES
PARTE 1
Resumo
Este artigo procura analisar a concepção ético-política da arte retórica de Aristóteles, e o seu contraste com a retórica erística e relativista praticada pelos sofistas (Górgias e Protágoras). Aristóteles rejeita explicitamente na sofística o relativismo ético, porque em sua visão o bom orador jamais deve persuadir seus ouvintes do que é imoral, mesmo sendo capaz de fazê-lo. Pelo contrário, ele deve comprometer-se com a defesa da verdade e da justiça, e com o bem agir na vida pública e na vida privada, pois se o relativismo for disseminado poderá fomentar consequências danosas para a cidade, haja vista que a justiça e a injustiça poderão
ser defendidas indiferentemente, opondo-se à função ético-política da arte retórica, que consiste justamente em fortalecer a virtude dos cidadãos.