A CONSTRUÇÃO MATEMÁTICA
Parte 1 – E fez-se a luz
Resumo
Numa época especialmente estranha, de muita intolerância, em que a internet é terreno fértil para suposições equivocadas por parte de desinformados desprovidos de senso crítico, ou pior, de caráter. Em que falsas hipóteses sustentam “bases científicas” na construção de argumentos infundados, verdadeiros sofismas, que não configuram teses verdadeiras, mas que confundem os leigos num exercício de verdadeira desonestidade intelectual.
Nesse terreno germina o terraplanismo, o negacionismo científico, a desinformação lesiva renegando a eficácia vacinal, ideologias espúrias tentando eclipsar a ciência, o radicalismo exacerbado na intenção de pulverizar instituições democráticas com o firme propósito de implantar uma sociedade seletiva, injusta e sectária composta por “vaquinhas de presépio” doutrinadas e que simplesmente desconsideram o contraditório.
As mídias nos apresentam depoimentos de parlamentares, e até de administradores públicos denegrindo nossa imagem. Consideram professores, profissionais inúteis, tendenciosos, que não trabalham, verdadeiros vagabundos, espécimens de párias da sociedade, na opinião tacanha e doentia deles.
O lamentável é constatar que família e escola desses indivíduos tenham sido tão excludentes, tão precária, tão falha, tão insipiente, tão ignara que não conseguiu incutir em sua mentalidade, pelo menos um germe de conhecimento, ética, sapiência, cidadania, generosidade, resumindo, sociabilidade.
Representam apenas um bolsão privilegiado de uma sociedade abominável. Mas o que impacta negativamente é ouvir comentários dessa natureza, contaminados por esse preconceito, permeado de inverdades, no ambiente que menos esperaríamos sermos confrontados com tal argumentação: A Escola! E até com uma intenção velada nada nobre por parte de alguns atores do
processo. A intenção de mitigar a importância da Escola pública perante a sociedade.
Nas reuniões, nas “rodinhas de cafezinho” por parte de alguns profissionais que ainda não entenderam seu verdadeiro dever de ofício. Ou até de representantes de entidades mantenedoras, como exemplo: na proposição das tais plataformas educacionais, que até podem se mostrar como bom material de suporte, mas nunca como uma obrigatória metodologia principal de trabalho,
engessando toda uma prática escolar normatizada num Projeto Político Pedagógico e referendada num Regimento Escolar, subjugando a especificidade intrínseca de toda e qualquer escola.
Mas a partir daqui vou me permitir fazer um recorte nessa narrativa genérica ao ambiente escolar e desenvolver o assunto objeto de estudo desse artigo.